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O Poder da Introversão em um Mundo Extrovertido

Atualizado: 8 de ago. de 2022

Hoje, mais do que nunca, nós vivemos em uma sociedade acelerada, barulhenta. Em um mundo à beira de atingir 8 bilhões de habitantes, quem quiser se destacar, precisa aparecer. Há uma competição constante para mostrar quem tem o melhor relacionamento, o emprego de maior prestígio, o melhor apartamento e a maior quantidade de seguidores. Títulos como “Aprenda a se destacar” e “Aprenda a influenciar pessoas” estampam matérias e capas de livros, afinal de contas, nós só “existimos” se gritarmos nossas conquistas aos sete ventos.

Mas e se, nessa sociedade que idolatra a extroversão, nós preferíssemos viver nossas vidas discretamente, sem constantemente exibir nossos sucessos e posses ao público, sem precisar ostentar e sem participar dos jogos sociais para conseguir favores e oportunidades? E se pensássemos antes de falar as coisas, sem a necessidade desenfreada de ter que dar uma opinião sobre tudo, mesmo sem ter nada de útil para falar? Afinal, falar muito e bem não significa ter mais inteligência e nem melhores ideias.


Infelizmente, em muitas culturas (especialmente ocidentais), a introversão e a seriedade são consideradas traços de personalidade de segunda classe. Muitos reprovam pessoas que não jogam os jogos sociais, não fingem simpatia quando não sentem e não fazem de tudo para agradar os outros. Na verdade, esse é um grande ato de coragem e de lealdade a si mesmo. Conforme afirma Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”,

“Introvertido vivendo sob o Ideal da Extroversão são como mulheres vivendo em um mundo de homens, desprezadas por um traço que define o que são.”

Apesar disso, qualidades como a sensibilidade, a intuição e o foco dos introvertidos contribuem para grandes feitos em diversas áreas de atuação. Você sabia que Bill Gates, Abraham Lincoln, Eleanor Rosevelt, Rosa Parks e Albert Einstein eram introvertidos? Sua capacidade de aprofundamento, determinação e indiferença à aprovação externa favoreceram os talentos de cada um para chegar onde chegaram, transformando o mundo como conhecemos hoje.


Claro, por não terem o típico perfil “puxa-saco”, os introvertidos costumam conquistar seus feitos às duras penas, e não por meio de favoritismos. Mas, por outro lado, sua jornada se torna muito mais autêntica sem “caçar” o favorecimento de pessoas de influência para conseguir alcançar o sucesso.

Ironicamente, a sociedade não valoriza comportamentos realizados a portas fechadas, quando ninguém está por perto para testemunhar. Mas sim aqueles externalizados para o mundo: afinal, se você não mostrar o que fez, não aconteceu. Já os introvertidos costumam se preocupar menos com a validação externa. Preferem ser independentes: não é à toa que, em geral, preferem trabalhar como freelancers a serem subordinados ou líderes de alguém.


Segundo Susan Cain, cerca de 40% da população mundial é classificada como introvertida. Mas não se engane, introversão não é sinônimo de timidez, conforme explica a autora:

“Os introvertidos não são necessariamente tímidos. Timidez é o medo da desaprovação social e da humilhação, enquanto a introversão é a preferência por ambientes que não sejam estimulantes demais. A timidez é inerentemente dolorosa; a introversão, não”.

Ou seja, o introvertido simplesmente não precisa da exposição externa como os extrovertidos e se sente feliz realizando atividades independentes (como leitura, artes, etc.).


Segundo a ciência, o introvertido será sempre introvertido. Essa é uma característica psicológica inata, pois é a forma como o cérebro funciona. Eu me considero introvertida, e não gosto de frequentar locais cheios, com muito barulho e nem de jogar conversa fora. Não faço jogos sociais, não perco meu tempo com fofocas e não fico procurando agradar os outros. Minha filosofia é viver de acordo com os meus valores e princípios acima de tudo, não importa em qual situação. Também adoro realizar atividades individuais, como ler, escrever e caminhar, pois preciso delas para recarregar.


Para resumir, em um mundo que procura ditar como devemos ser, corajoso é aquele que mostra quem realmente é. Sem tentar “se encaixar”, sem seguir padrões e sem se deixar influenciar pela opinião alheia. Afinal de contas, segundo as sábias palavras de um autor desconhecido(a),

“Em um mundo feito de aparências, feliz é aquele que é feito de verdades”.

Por Julia P.D.

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