Julia
Entrevista: Panoplano – Empreendimentos Veganos de Sucesso
Para a nossa quarta semana do projeto Empreendimentos Veganos de Sucesso, temos uma entrevista com a incrível Panoplano, empresa que produz lindas bolsas e acessórios sem materiais de origem animal desde 2015. Além de se tratar de uma produção local e artesanal, as peças contam com tecidos eco pet ou impermeáveis, de forma a promover o consumo consciente e a utilização de matéria-prima nacional.
Os produtos da empresa são conhecidos por sua alta qualidade e base em princípios éticos e sustentáveis, o que é muito valorizado pelos clientes. A marca também oferece mochilas e bolsas nos mais variados estilos e estampas, atendendo aos mais diversos gostos do público.

Dito isto, prossigamos para a entrevista a seguir com informações valiosas sobre o processo de criação da Panoplano, as dificuldades que a criadora encontrou no caminho e lições importantes para quem quer empreender. Boa leitura!
Qual é o seu nome completo, idade, cidade de origem, formação? Conte-nos mais sobre você.
Meu nome é Renata Cukauskas, tenho 42 anos e sou originalmente de São Paulo – SP. Sou técnica em Artes Gráficas pela Senai e Graduada em Design na Universidade Anhembi Morumbi. Além disso, me certifiquei no Curso de Ourivesaria na FAAP e sou costureira (sem formação - fiz cinco aulas no Rainhas da Costura para aprender a usar a máquina, e o restante aprendi sozinha).
Os seus pais, parentes ou amigos próximos eram empreendedores? De que forma?
Meu irmão possui uma empresa de Compostagem Residencial e Fertilizantes, mas o restante dos meus amigos e familiares não são empreendedores.
Qual era a sua experiência anterior no trabalho? Ela foi útil? Qual experiência particular foi especialmente importante?

Trabalhei como funcionária durante 20 anos (comecei a trabalhar cedo, aos 17 anos) na área gráfica editorial e promocional como produtora gráfica, CLTista. Em particular, o que foi mais útil para criar o meu empreendimento foi minha experiência com atendimento ao cliente, no desenvolvimento de produtos e o aproveitamento de materiais.
Qual é a sua relação com o veganismo e porque decidiu empreender nesse setor?
Eu sou vegetariana e também vejo o setor de produtos veganos como potencialmente em crescimento (que bom! ;-))
Como sua empresa começou? Você pensou sobre isso por muito tempo antes de realmente começar o negócio? Fez planejamento? Conte-nos sobre seus primeiros passos.
A ideia da empresa veio à tona quando estávamos viajando e sentimos falta de uma mochila resistente e com tudo o que precisávamos. Então pensamos: se não achamos uma do jeito que queremos, vamos produzir nós mesmos! Outra questão é que as mochilas que achamos para comprar tinham qualidade ruim e eram vendidas somente no mercado de fast fashion, ou eram caras demais.
Após 20 anos na comodidade de um emprego CLTista (e sem muito prazer no trabalho) decidi que era o momento, finalmente, de ser feliz e fazer algo que me trouxesse mais satisfação. A área gráfica também estava em declínio e era a hora! Porém, o que fazer? A joalheria era um hobby que poderia se transformar em negócio, porém não achei que seria um nicho muito rentável. Então, durante um ano sabático, viajei, pensei muito, estudei várias coisas relacionadas a artes manuais (que é minha paixão) e cheguei na costura.
Algumas pessoas achavam que eu estava indo para fora da caixinha e que eu deveria voltar ao meu antigo ramo, porém eu estava decidida a mudar totalmente de vida e colocar meu lado criativo para fora, do meu modo e para mim. Minha família e meu companheiro, principalmente, me apoiaram muito e me deram forças para seguir com a ideia.
Tive ajuda do meu companheiro em alguns processos, mas a maioria tive que aprender e realizar sozinha.
Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou para criar o seu negócio?

A maior dificuldade foi descobrir onde vender os meus produtos. No começo, usei um marketplace de artesanato, mas vi que não era meu nicho. Depois comecei a participar de feiras, mas são muito cansativas e nem todas geram um retorno bacana.
Além disso, eu também não tinha muita noção de estoque. Quando a marca começou a crescer, eu não dava conta de produzir tudo sozinha, então tive dificuldades em achar um fornecedor bom e comprometido.
Você tinha alguma experiência em vendas ou marketing em particular? Quão importante foi essa experiência ou a falta dela na criação da sua empresa?
Eu tinha experiência em vendas, mas não em marketing. Isso envolve muito estudo e ainda estou aprendendo. Acredito ser a parte mais difícil de um negócio.
Como foi o processo de adquirir clientes? Quais principais ferramentas de marketing você utilizou?
Os amigos que compravam e indicavam foram muito importantes. Além disso, tive um bom retorno com as vendas no marketplace no início e depois com o marketing digital, incluindo o uso de Facebook Ads.
Do seu ponto de vista, quais são os pontos fortes e fracos do seu negócio?

Entre os pontos fortes estão o fato de ser um produto durável, com garantia, produzido localmente e vegano. Os pontos fracos são saber o quanto produzir para estoque, a sazonalidade e a constante mudança nas ferramentas de marketing digital, tenho que estudar muito e a todo momento.
O que lhe dá mais prazer no processo de empreender?
Criar e ver o retorno positivo dos clientes. Saber que estamos fazendo o possível para criar um mundo mais sustentável. É um trabalho de formiguinha, mas que, unida a outras marcas, faz uma grande diferença.
Como você enxerga o mercado vegano se desenvolver no futuro?
Isso é só o começo. O veganismo vem com tudo.
Por último, qual a sua dica para quem quer ser um empreendedor de sucesso?
Não desanime, persista. Não se compare com outras marcas. Estude e pesquise muito. Não desista, é uma satisfação enorme empreender naquilo em que se acredita.
Caso queira saber mais sobre a Panoplano, confira as informações de contato a seguir:
Facebook: Panoplano Instagram: @panoplano
Por Julia P.D,